Educação financeira infantil: como ensinar finanças para os filhos

Veja dicas sobre como proceder para que as crianças aprendam a lidar bem com o dinheiro.

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Por:

Cristina Severgnini | Jornalista MTb/RS nº 9.231

Orientar a criança a ter um relacionamento saudável com o dinheiro pode definir se ela será um adulto com êxito financeiro ou alguém constantemente ultrapassando o limite do cartão de crédito. Isso é sério. Quando os pais colocam a educação financeira como prioridade, aumentam as chances de, no futuro, os filhos terem mais facilidade de organizar seu controle de gastos, evitando problemas como o temível endividamento. 

Mas, nem sempre é fácil e pode exigir tempo e dedicação. Se você quer que os pequenos desenvolvam a habilidade de gerenciar o dinheiro, deve começar logo a ensinar-lhes valores como responsabilidade e planejamento. Quanto mais cedo for o contato das crianças com o universo das finanças, mais fácil será lidar com esse assunto no futuro. 

Por isso, o ideal é que os pais iniciem essas conversas ainda bem cedo, na infância. E, quando são um pouco maiores, os filhos já podem receber quantias para gerenciar. Aí, eles começam a entender a importância de pensar antes de sair gastando sem necessidade e sobre como fazer a grana render. Para ajudar você nessa tarefa, separamos algumas dicas para incentivar a criança ao uso consciente do dinheiro. Confira!

Desde cedo, fale sobre dinheiro

Você pode começar a falar sobre o tema com as crianças desde que elas saibam contar e identificar as cédulas e moedas. O importante é que compreendam que precisa-se de recursos para comprar brinquedos, alimentos e roupas. Aos poucos, apresente o valor das coisas. 

Por exemplo, no supermercado, mostre uma nota de algum valor e ensine que é possível comprar alguns itens. Também mostre o que não se pode comprar com essa mesma quantia. A ideia é que a criança entenda, gradualmente, que as coisas que consumimos têm custos diferentes.

Para os pequenos, dê um cofrinho

Quando a criança é ainda pequena, dê um cofrinho que seja transparente para que ela veja o dinheiro sendo acumulado. Explique que é importante poupar dinheiro e incentive seu pequeno a estabelecer objetivos para aquela quantia. Juntos, decidam uma data para abrir o cofrinho e dar um bom uso para o dinheiro acumulado, como comprar um brinquedo.

Explique porque você é pago pelo seu trabalho

Quando a criança mostrar curiosidade sobre seu trabalho, é uma excelente oportunidade para ensinar o valor do dinheiro. As crianças precisam saber que, na vida adulta, recebemos dinheiro em troca dos trabalhos prestados.

Também é válido abordar que o dinheiro não é infinito e orientar que, por isso, é preciso ter paciência e se planejar para comprar os objetos de desejo. É bom esclarecer que a remuneração é resultado do seu tempo e dedicação e do conhecimento que você adquiriu ao longo dos anos. Assim, os pequenos entenderão que o dinheiro é uma moeda de troca.

Fazendo escolhas

A partir dos seis anos, as crianças já estão preparadas para fazer escolhas. Então, nessa idade já é possível incentivá-los a comparar preços antes de decidir o que comprar e mostrar de forma natural que, muitas vezes, uma escolha implica em uma renúncia.

Além disso, a diferença entre o que se quer e o que se precisa é outro princípio que deve ser ensinado. Para isso, envolva todos na conversa sobre como a família decide o que adquirir agora e o que deixar para depois.

Dessa forma, você estará mostrando que há coisas para se comprar, mas divididas em dois grupos, um do desejo e outro da necessidade.

Mesada, quinzenada ou semanada?

Especialistas em educação aconselham que a frequência do recebimento de dinheiro depende da maturidade da criança. Como consenso geral, a indicação é, aos 7 anos, os filhos começarem a receber a semanada, um valor pequeno todas as semanas. Entre os 9 e 10 anos, pode-se passar para a quinzenada, dobrando o valor. E, dos 10 anos em diante pode ser estabelecida a mesada.

Há especialistas em educação que criticam dar dinheiro e defendem que as crianças devem ser pagas por tarefas. Teorias à parte, quando o objetivo é ensinar como gastar com inteligência, a mesada serve muito bem.

Uma opção é, além do rendimento fixo, a criança ter renda variável, como o recebimento por alguma tarefa pontual que ela faça, desde que não seja estudar ou outra coisa que já seja sua obrigação.

Estimule a poupar

As crianças devem ser incentivadas a poupar para atingir seus objetivos. Inicialmente, deixe que lidem com o dinheiro de forma independente e, ao poucos sugira que comecem a guardar para comprar algo de valor maior depois.

Economistas criticam a poupança por ser um investimento pouco rentável, mas para fins educativos é bem útil que a criança veja seu dinheiro guardado aumentando por causa dos juros. Os maiores já podem receber informações sobre juro simples e composto e sobre as diversas modalidades de investimentos existentes.

Quando adolescentes, os jovens devem começar a entender que emergências acontecem e que devemos estar financeiramente preparados para isso.

Oriente a montar estratégias

Se a criança quer algo mais caro, tipo um videogame novo ou celular, aproveite e ensine a montar a estratégia de como alcançar o objetivo. Vale ela ter uma conta poupança para ir depositando parte do que ganha e perceber que o dinheiro cresce pelo simples fato de ser guardado.

Também é importante incentivar a fazer orçamentos, levantando valores em diferente lojas para ver o que é mais vantajoso e em quanto tempo ela terá recursos para adquirir o bem. Na hora de comprar, ajude a pesquisar preços e comparar os descontos à vista para que ela perceba que, além de o dinheiro ter aumentado no banco, ter o valor todo em mãos pode significar desconto na compra.

Incentive o empreendedorismo

Se o seu filho tem espírito empreendedor, estimule-o. Ajude-o a anunciar e vender, por exemplo, o videogame que está ficando ultrapassado para aumentar o montante para a compra de outro mais moderno. Se a criança quer vender livros que já leu, revistinhas ou coisas feitas por ela, é um bom sinal de que está fazendo gestão dos seus recursos. Apoie! Mais importante do que a quantia de dinheiro adquirida, é o aprendizado e a iniciativa de fazer algo para mudar determinada situação.

Utilizando cartão de crédito

Dependendo da maturidade dos adolescentes, eles podem ter seu próprio cartão de crédito. Os bancos disponibilizam cartões com limites estabelecidos e vinculados à conta dos pais.

Usar cartões é uma maneira de ensinar os filhos a lidar com o dinheiro moderno, mas é preciso orientá-los a não ultrapassar o valor acordado. Devem entender que todos os gastos se concentrarão na fatura do mês e que usar o cartão de crédito é como tomar um empréstimo. Se você não pagar o valor total da conta, o banco cobrará juros altos sobre o saldo a pagar, fazendo com que a família perca dinheiro.

Ensine a anotar e fazer gestão do dinheiro

Na educação financeira, o importante é despertar na criança o interesse em cuidar da própria grana. Então, ensine-a a registrar todos os gastos que ela tiver, principalmente os que não estavam previstos, já que são os que mais comprometem o planejamento financeiro.

Na medida em que forem se tornando maiores, mostre que existem várias ferramentas para esse tipo de anotação, como planilhas em papel, aplicativos no celular e programas de computador.

Deixe seu filho aprender com os próprios erros

Às vezes, é preciso aquietar o coração protetor e deixar os filhos cometerem os próprios erros. Decisões ruins ensinam muito. Então deixe-os errar quando são ainda jovens e a perda financeira não é tão grande.

Quando eles gastam sem pensar, não complemente, deixe que fiquem sem dinheiro até a próxima data da mesada. Por exemplo, se ele não economizar para um brinquedo que quer ou para o ingresso de um filme que ele quer muito ver, deixe-o perder a oportunidade. Pode ser doloroso ver o filho triste com algo que se pode resolver, mas é uma lição importante para o futuro financeiro dele.

Seja um bom exemplo

Preste atenção nas suas atitudes em relação ao dinheiro. É preciso ser positivo ao falar sobre finanças e não dar a impressão que todas pessoas bem sucedidas são desonestas. Também é importante deixar seu filho ver que você também economiza e faz boa gestão dos recursos. Se ele ouve você falar constantemente que está sem dinheiro e que não pode comprar o que gostaria, seu discurso não terá muita eficácia e a relação dele com dinheiro será negativa.

Uma ideia é chamar os filhos para participar dos planejamentos das compras para a família. Estabeleçam metas em conjunto e mostre como você está se organizando para a aquisição. Você pode também contar sobre seus planos para a aposentadoria para que eles percebam que poupar é um esforço para toda vida.

Brincadeiras e livros divertem e ensinam

Existem jogos, livros e gibis que ensinam a economizar. O antigo banco imobiliário agora tem versões atualizadas. Além desse, nas lojas de brinquedos, é possível encontrar diversos outros jogos de tabuleiro para aumentar a desenvoltura das crianças com as cifras. Nas livrarias, há gibis e livros bem interessantes. Também existem jogos online gratuitos que ensinam sobre finanças. É só pesquisar e encontrar qual a melhor opção de acordo com a idade e maturidade do seu filho.

Leia também: Saiba como economizar dinheiro e aprenda a se organizar financeiramente

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