Por:
Cristina Severgnini | Jornalista MTb/RS nº 9.231
Quem é mãe já percebeu que a maternidade é romantizada. Bebês fofos sendo amamentados por mulheres com o cabelo arrumado, a cintura já no seu normal e nenhum sinalzinho de olheiras e cansaço é um ideal nem sempre real. Se as propagandas de fraldas e shampoos infantis não retratam sua vida, saiba que você faz parte da grande maioria. A maternidade é de desafios constantes, só superados pelo grande amor quer se tem pelos pimpolhos.
Ao mesmo tempo em que a mulher se encanta com a maternidade, ela precisa lidar com as situações inesperadas. A falta de descanso, que muitas vezes se estende por semanas, vem junto com a permanente preocupação de estar ou não fazendo a coisa certa.
No turbilhão de incertezas, pode ainda se juntar a aflição por ter deixado de dar o seu melhor no trabalho. E este é o grande desafio: se reencontrar nesse novo papel, sem deixar de lado todos os outros, de mulher, profissional, filha, amiga.
Conforme o filho vai crescendo, as tarefas relacionadas à alimentação e saúde passam ser simples e educar é que se torna a nova preocupação. Impor limites, ensinar o certo e o errado, estimular a autonomia, cuidar da autoestima e incentivar o desenvolvimento social e afetivo da criança são as novas responsabilidades.
Se você se identificou com essa realidade, continue a leitura. Veja dicas sobre como lidar com alguns dos desafios da maternidade de maneira mais leve. Acompanhe:
Tente não se cobrar tanto e busque o equilíbrio
A maternidade traz uma imensa variedade de sentimentos e sensações e, apesar disso, sua vida pessoal e profissional deve continuar. Para se sentir melhor, seja gentil com você e deixe a perfeição de lado. Tenha paciência, evite julgamentos e procure reconhecer que tudo pode ser uma grande oportunidade de aprendizado.
Não tenha medo de errar e de pedir ajuda. Não existe uma dica mágica para que você consiga, de fato, conciliar trabalho e filhos. Tudo vai depender de como você vai se sentir, como vai conseguir organizar sua rotina e do apoio que tem. É importante que os filhos saibam que você está presente, mas também é essencial cuidar de si.
Defina limites
Dizer “não” é uma dificuldade para muitas pessoas, mas é preciso aprender. É importante saber que você não precisa estar disponível para ajudar a todos. Defina prioridades e imponha limites tanto em casa como no trabalho. Assim, poderá manter o foco naquilo que realmente importa e precisa ser feito.
Lembre-se de que negar algum pedido não significa egoísmo e, para evitar mal entendidos, é importante avaliar cada situação e ver onde dá para negociar prazos no trabalho e distribuir tarefas em casa.
Tenha momentos seus
Com tantas tarefas e obrigações, pode ser difícil separar um momento só seu. Porém, você precisa estar inteira para poder cuidar dos filhos. Procure fazer refeições saudáveis, praticar alguma atividade física e tenha um hobby para se distrair. Ler um livro ou escutar uma música, fazer artesanato ou ver seus filmes e seriados favoritos são coisas que podem fazer a diferença.
Também é importante não esquecer da família e dos amigos. Arrumar tempo para um almoço com os pais, um lanche com os amigos ou um passeio a dois pode ser difícil, especialmente quando os filhos ainda são pequenos. Porém, o convívio com outros adultos é importante para a sua saúde emocional.
Priorize tarefas
Tentar fazer tudo ao mesmo tempo pode levar ao estresse e esgotamento físico e mental. Para selecionar o que é prioridade, separe por categorias o que precisa ser feito com urgência, o que é importante mas não urgente e o que pode ser delegado para alguém ou ficar para o dia seguinte. Ao decidir o que é primordial e o que outras pessoas podem fazer por você, fica mais fácil organizar a rotina tanto doméstica como no trabalho.
Tenha responsabilidade compartilhada
É comum que muitas mulheres assumam a maioria dos afazeres domésticos. Querer dar conta de tudo não é saudável e, por isso, a responsabilidade compartilhada deve ser colocada em prática e é preciso haver flexibilidade. O pai pode cuidar do preparo da refeição, enquanto a mãe faz compras, por exemplo.
A necessidade dos "nãos" na maternidade
Na medida em que as crianças vão crescendo, um desafio necessário é estabelecer o que pode e o que não pode.
Negar alguma coisa a um filho corta o coração, especialmente quando a mãe passa bastante tempo fora de casa. Mas é preciso ter claro que as negativas são importantes na construção do caráter e personalidade da criança. E, depois de dizer o “não”, é preciso evitar voltar atrás. Portanto, selecione os “nãos” e sustente-os.
Preste atenção nos seus instintos
A pressão social sobre a maternidade aumenta a sensação de falha. Já não basta garantir o básico, como comida, segurança e saúde. Amamentação exclusiva, dieta balanceada, atividades psicomotoras, vacinas além do calendário, festas memoráveis e outras demandas da cartilha das “mães perfeitas”, quando não cumpridas, trazem a sensação de que não se faz o suficiente.
Além disso, o excesso de informação sobre como cuidar dos filhos e as opiniões divergentes sobre qual é a melhor conduta, torna difícil encontrar o próprio jeito de criar um filho. É claro que muitas dessas coisas são importantes e toda mãe quer acertar, mas ouça seus instintos e selecione suas lutas.
A importância da escolinha
A educação formal ganha cada vez mais peso, mas é preciso ter bom senso e não colocar pressão excessiva sobre você e seu bebê. As escolinhas são a grande ajuda da maternidade, pois contam com pedagogos, nutricionistas, psicólogos e até visitas de dentistas e médicos.
Contar com uma boa escolinha tira vários pesos das costas das mães porque são grandes aliadas no desenvolvimento das crianças. Porém, colocar as crianças cedo demais em rotinas rígidas de aulinhas de inglês, atividades físicas e culturais, aulas de esporte competitivo e computação pode não ser o ideal. É importante preparar os filhos para o futuro, mas sem exageros.
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Dicas extras para mães de primeira viagem
Plano de parto: Em conjunto com o seu obstetra, defina o tipo de parto e, se der, visite a maternidade onde pretende ter o bebê e tire as dúvidas sobre os protocolos de atendimento.
Descanse antes: Mesmo que não consiga dormir bem, é importante descansar o máximo possível nos dias que precedem o parto.
Economize para as eventualidade: É bom ter uma reserva financeira para não passar por apertos.
Peça ajuda: Aceite ajuda de todas as pessoas que estiverem por perto para manter a casa limpa e o seu corpo alimentado.
O choro: Bebês choram porque é a única forma de se comunicarem. Não se desespere, pois pode ser apenas tédio, insegurança ou vontade de passear no seu colo.
O soninho: Quanto mais sono o pequeno tem, mais irritado fica. Deixe dormir, porém as sonecas do dia não devem ter ambiente escuro nem silencioso para que não troquem a noite pelo dia.
As cólicas: Aprenda técnicas para alívio das cólicas do bebê, como massagem, banho de água morna, colocá-lo de barriga para baixo e fazer compressas com pano aquecido ou bolsa de água.
Passear: Tão logo o pediatra libere o bebê para passear, o que geralmente acontece após tomar as primeiras vacinas, faça passeios curtos e aproveite o sol.
Bolsa dos passeios: Sempre que sair, é importante ter os itens básicos para a troca de fraldas e garantir que ele não sinta frio ou calor. São itens obrigatórios: fraldas descartáveis, lenços umedecidos, pomada de assaduras, fraldas de mão e boca e uma ou duas trocas de roupa.
Rotina para o bebê: Estabeleça o horário do banho, das sonecas do dia e da hora de dormir.
Volte a trabalhar sem culpa: Quando se aproxima o fim da licença-maternidade, realize algumas semanas de adaptação na escolinha ou com a pessoa que irá cuidar do seu filho e volte ao trabalho sem se sentir culpada.
